Data: 13 de abril de 2010
Acordei e notei que estava completamente sem voz. A ansiedade e o estresse desse dia foram a causa da minha rouquidão temporária. De carona com minha Lu, fui ao aeroporto para pegar o vôo Delta DL 104 com destino à Atlanta, de onde pegaria outro vôo para o aeroporto de Raleigh, Carolina do Norte, no dia seguinte. Ainda me lembro de cada detalhe desse dia, quanta coisa me passou pela cabeça (dúvidas, em sua maioria). Chorei tanto no aeroporto que fiquei com os olhos inchados. Afastar-me do meu amor foi muito doloroso. Tudo por uma causa nobre: a ciência.
Data: 14 de abril de 2010
O avião pousou logo cedo no aeroporto de Atlanta. Nenhum estresse na imigração. Minha cabeça continuava a mil. Vira e mexe, lágrimas ainda rolavam pelo meu rosto. “Agora não tem mais volta”, pensei. Eu sabia que o retorno para minha cidade natal teria que esperar um pouco mais. Também sabia que seria um período de muito trabalho e aprendizado. Do resto, nada mais era certeza. Ah! Cheguei bem em Chapel Hill e com a voz praticamente recuperada, só para constar.
Data: 14 de abril de 2011 (hoje)
São quase 8 horas da noite e cá estou no meu lugar favorito, a biblioteca de Ciências da Saúde da UNC, tentando escrever sobre as consequências de duas datas que já foram devidamente incluídas na lista de “datas importantes da minha vida”. Caramba, já se foi um ano inteirinho... Olhei para o teto da biblioteca e me danei a pensar nesses últimos 365 dias...
Acabei de reler a primeira crônica desse blog (http://chapeletando.blogspot.com/2010/04/la-e-de-volta-outra-vez.html) e confesso que um aperto surgiu no meu peito. Gostaria de repetir aqui um trecho daquele texto: ”...Será que estou fazendo a escolha certa? Até quando terei que me afastar das pessoas que eu amo para ficar correndo atrás dos meus sonhos profissionais? Quão justa é a vida de cientista? Será que dessa vez haverá um Smaug me aguardando?...”
Essas perguntas continuam a martelar minha cabeça e as respostas ou são incompletas ou ainda não existem. Apesar dessa ser a segunda vez que moro fora do país, sinto que essa experiência tem sido mais intensa e difícil do que a primeira. Acredito estar valendo muito a pena, o aprendizado profissional, pessoal e cívico tem sido enorme, porém o preço é alto e pago na moeda da saudade. Esta assumiu a forma do “Dragão Smaug” que, de fato, estava me aguardando e ainda voa ao redor da minha cabeça cuspindo fogo pra tudo que é lado. Não me resta dúvida de que estar tão longe da pessoa com quem eu tanto gostaria de estar compartilhando meu cotidiano e também da minha família está sendo a parte mais difícil dessa jornada.
Posso dizer que quero continuar por esse caminho, sem largar os meus ideais (acredito muito neles) e sem perder o romantismo da vida desbravadora de cientista, mas espero que muito em breve o preço dessa escolha não precise mais ser pago com saudade.
Acabei de reler a primeira crônica desse blog (http://chapeletando.blogspot.com/2010/04/la-e-de-volta-outra-vez.html) e confesso que um aperto surgiu no meu peito. Gostaria de repetir aqui um trecho daquele texto: ”...Será que estou fazendo a escolha certa? Até quando terei que me afastar das pessoas que eu amo para ficar correndo atrás dos meus sonhos profissionais? Quão justa é a vida de cientista? Será que dessa vez haverá um Smaug me aguardando?...”
Essas perguntas continuam a martelar minha cabeça e as respostas ou são incompletas ou ainda não existem. Apesar dessa ser a segunda vez que moro fora do país, sinto que essa experiência tem sido mais intensa e difícil do que a primeira. Acredito estar valendo muito a pena, o aprendizado profissional, pessoal e cívico tem sido enorme, porém o preço é alto e pago na moeda da saudade. Esta assumiu a forma do “Dragão Smaug” que, de fato, estava me aguardando e ainda voa ao redor da minha cabeça cuspindo fogo pra tudo que é lado. Não me resta dúvida de que estar tão longe da pessoa com quem eu tanto gostaria de estar compartilhando meu cotidiano e também da minha família está sendo a parte mais difícil dessa jornada.
Posso dizer que quero continuar por esse caminho, sem largar os meus ideais (acredito muito neles) e sem perder o romantismo da vida desbravadora de cientista, mas espero que muito em breve o preço dessa escolha não precise mais ser pago com saudade.
Lindo! O que me dá forças é saber que vc está fazendo algo que realmente ama! E que desses 365 conseguimos nos ver um pouquinho... Daqui a pouco, não teremos que pagar este preço tão alto e doloroso. Te amo!
ReplyDeleteErick, não se sinta só! Daquele início de alegria, verão de julho de 2010 em NC, fui me trasnformando em uma pessoa bem diferente daquela brasileira dos churrascos de sabado, dos domingos de Brasileirão. O inverno daqui fez de mim: dura, triste e focada. Não passei a saudade de um amor, pelo contrário, o achei aqui. Mas o dia mais difícil foi dia 18 de abril de 2011: ver minha sobrinha nascer de longe só por pequenas fotos e não poder conviver esse momento com toda minha família, moeda que usei para meu débito. Estou vontando em 12 dias mas também não desistirei!!!! VALEU A PENA!!! =) Karina Possa Abrahao
ReplyDelete