Chapeletando o Cucuruto!

Tuesday, November 27, 2012

À sua chegada!


Sorrisos, sorrisos!!! Gigi nasceu!
Crédito: Juliana Lucena

          Assim que o sol surgiu no horizonte dessa terça-feira, 27 de novembro de 2012, algo diferente pairou no ar, impregnando-o de entusiasmo como um éter aristotélico que rapidamente atravessa o cosmos, unindo-o e deixando radiante tudo o que toca. Foi um dia em que eu não usei a função “soneca” do despertador, acordei e imediatamente segui para o banho. Embora meu corpo estivesse ali, debaixo do jato de água morna que caía do chuveiro, minha mente já estava lonnnngggeeeee... Mais especificamente em Recife, onde algo especial estava prestes a acontecer. Como é bom ter uma mente que viaja a velocidade da luz!

          Trim! Trim! Trim!

          Sai do chuveiro para atender o celular com ansiedade. Meu pai do outro lado da linha conversou comigo, avisando-me que tudo estava bem e conforme o planejado. Algumas horas mais tarde, o telefone tocou novamente. Dessa vez, o “alô” foi da minha mãe anunciando a grande notícia do ano: 

- Kim, Gigi acabou de nascer e já está aqui observando tudo e todos ao seu redor!

Para mim, as palavras mágicas proferidas por Mainha representaram com maestria o sorriso solto e feliz dela mesma, de Painho e de Tia Claudia na foto acima, publicada no Facebook pela minha irmã e mãe de Gigi. Pois é... Hoje foi um dia marcado pela volta de sorrisos espontâneos ao rosto de todos da minha família, depois de tudo o que passamos em 2012. E tudo isso graças a uma menininha que nasceu às 11:00 h (horário de Recife), com 2,91 kg e 47,5 cm de pura saúde!

Peço desculpas aos leitores do blog, mas as palavras a seguir serão para minha sobrinha Gigi, filha de Erika (minha irmã) e Mauro e neta de Carlos e Iclea, Raminho e Fátima.

Seja bem vinda, Gigi!! Titio Erick ainda não lhe conhece, mas já lhe ama muito e não vê a hora de segurar você nos braços com muito carinho. Titio tem certeza que você já está cercada por muito amor de seu painho, sua mainha, avós, tios, primos, etc. Amor este que já surgiu enorme no coração de todos desde quando a notícia de que você crescia no útero de sua mãe chegou aos ouvidos de cada um. Que coisa boa, né? Titio deseja a você toda a saúde e felicidade do mundo! Que todos os passos da sua vida sejam iluminados por sabedoria e paz.

            Obrigado por vir ao mundo e por nos trazer de volta aquele sorriso, minha querida Gigi! Um beijo no seu coração!

Thursday, August 16, 2012

Vento no litoral


Parece que foi ontem, mas já faz 45 dias que retornei ao Brasil. Chapel Hill ainda está mais viva do que nunca dentro de mim, mas os desafios agora são outros. Não publiquei um texto sobre minha despedida de Chapel Hill por pura falta de tempo nos meus últimos dias por lá. Incompleto, o “texto 10” perdeu o sentido e jamais alcançará a nuvem. Choro ao reler a parte que já está escrita...

            Quem acompanha o blog sabe que a maior pergunta da minha vida nesses últimos anos foi: qual preço terei que pagar por minhas escolhas profissionais? Cheguei a idealizar uma personagem para isso, o Dragão Smaug, que usurpei do livro “O Hobbit” de J.R.R. Tolkien. Na minha vida, Smaug ganhou o status de um coletor de impostos, uma mistura de funcionário da receita federal brasileira com o IRS norte-americano. Não tem como dar um jeitinho ou reduzir o pagamento. No meu texto “365 dias” (http://chapeletando.blogspot.com.br/2011/04/365-dias.html), cheguei a achar que o valor a ser pago era a saudade. Infelizmente, esta foi só a primeira parcela.

            No primeiro semestre de 2012, Smaug cuspiu todo o seu fogo em mim, cobrando cada centavo do imposto que eu deveria pagar. Se pelo lado profissional, sinto-me com aquela sensação de dever cumprido, do lado familiar e afetivo paguei um preço alto. Tantas pessoas amadas se foram: minha avó, para quem fiz uma homenagem aqui no blog, tia Lurdinha e seu marido tio Dos Santos, e a minha segunda mãe: Tia Evalda, que faleceu uma semana antes do meu retorno. Como eu gostaria de poder conversar com eles mais uma vez... Ter nos meus ouvidos as palavras de estímulo de vovó e tia Evalda e o carinho de tia Lurdinha e tio Dos Santos. Smaug não parou por aí! Também me privou da oportunidade de fazer carinho no Amarelo, um dos dois gatos dos meus pais e que também nos deixou no primeiro semestre de 2012.

Como tributo final e inesperado, o Dragão vil cuspiu mais fogo e também me cobrou uma das idealizadoras desse blog, pessoa que foi uma das minhas fontes de inspiração e estímulo nos últimos anos, a qual aprendi a amar profundamente. Luciana está viva (ainda bem!), mas a reciprocidade do meu sentimento foi levado de dentro dela. Simplesmente virou cinzas, como se tivesse tomado diretamente uma cusparada do fogo da criatura que há dois anos e quatro meses jamais deixou de voar ao redor da minha cabeça. Aqui, Smaug foi particularmente cruel e venenoso ao coletar seu pagamento, espalhando dúvida e medo por todos os lugares e destruindo planos com seu corpo fétido. Hoje, caminhamos por estradas diferentes.

Não acredito na falácia do “o que tiver de ser, será!”. Isso é um jargão, uma forma das pessoas encontrarem consolo para o inexplicável. Acredito que nossos atos definem nosso futuro e que tudo vai ter um preço a ser pago, uma conquista sempre é acompanhada por uma renúncia, uma perda. No meu caso, tanto ganhei quanto perdi muito.

Hoje ando com a cabeça para baixo, buscando no chão os pedaços de mim que foram arrancados cruelmente pelo fogo de Smaug. Acredito que irei encontrá-los e que, em seguida, irei me renovar. Manterei minha fé na vida e nas pessoas ao meu redor; na minha capacidade de amar, de chorar, de dar boas vindas a novas pessoas que surgirem na minha vida; e principalmente, no meu modo de ver que o copo sempre está meio cheio e nunca meio vazio. Meus ideais e objetivos de vida, embora abalados, continuam de pé como um prédio que acabou de resistir aos maiores terremotos em série da história. Tudo ao redor é escombro e poeira, mas o edifício está lá!

Pensei em tirar meu blog do ar, mas não irei fazê-lo. Tem tanta coisa boa aqui! Li meus textos anteriores e vi que consegui pôr em palavras os meus sentimentos e dúvidas, retratei a oportunidade maravilhosa que eu tive de seguir na busca dos meus objetivos com o apoio incondicional de pessoas maravilhosas que fizeram e fazem parte da minha vida. Continuarei a usar o blog como forma de me expressar para o mundo, de agradecer a grandes amigos e de homenagear pessoas queridas. 

Semana passada, quando voei de asa delta no Rio de Janeiro, vi aquele mar maravilhoso e senti a brisa bater no meu rosto a 600 m de altura... Imediatamente, lembrei-me de Renato Russo:
“...Quando vejo o mar
Existe algo que diz:
- A vida continua e se entregar é uma bobagem.”

Saturday, January 14, 2012

Aos sábados de antigamente


O dia 12 de Janeiro de 2012 entrou para a minha história como uns dos mais tristes ao longo dos meus 31 anos de idade. Essa data ficará marcada pelo falecimento da minha avó, Maria Alves da Silva. Abro esse espaço para prestar minha homenagem a essa Mulher de garra.
Vovó batalhou muito para criar sozinha seus 5 filhos (quatro homens e uma mulher). Ela não contou com o apoio do seu ex-marido, que se mudou de casa para morar com outra mulher quando seus filhos ainda eram crianças. Não podemos sequer imaginar o quanto a vida foi dura para uma “mãe solteira” numa época em que divórcio nem era legalizado e separação era um enorme pecado. Perante toda a dificuldade, Vovó perseverou. Sem ter educação formal, Vovó sentava-se por horas à frente de sua máquina de costura, trabalhando arduamente para comprar o básico para sustentar suas crianças. As encomendas nem sempre apareciam e a pobreza sempre batia à sua porta sem ser convidada. Jamais vou esquecer do meu pai e tios lembrando de dias difíceis, quando Vovó deixou de se alimentar para que eles pudessem ter o que comer no jantar. O tempo passou e seus filhos se tornaram adultos e cidadãos de bem, trabalhadores iguais a ela.
Uma vez por semana, aos domingos pela manhã quando eu era muito pequeno e aos sábados à tarde nos anos seguintes, os filhos e netos se reuniam em sua casa. Um encontro em família repleto de risadas, discussões, gritos pra lá e gritos pra cá, um se arretava com o outro e vice-versa. Mas na semana seguinte, lá estávamos na casa dela novamente. Lembro-me das vezes em que meus amigos do Colégio de Aplicação ficavam arretados comigo, pois eles iam ficar com um goleiro a menos nas peladas de sábado à tarde. Todos sabiam que naquele dia, naquela hora, o futebol não era prioridade.
Quem a conheceu sabe o amor de pessoa que ela era, simpática e muito bem humorada, sempre tinha uma piada ou uma história de suas viagens para o Sertão do Cariri da Paraíba para contar. Sim, ela viajava regularmente para essa região pobre do Sertão paraibano, onde visitava parentes e amigos e era uma pessoa muito amada por todos de lá. Durante décadas foi uma constante e abnegada doadora de roupas e outros artigos básicos para as famílias sertajenas pobres e necessitadas. Muitas vezes viajou sozinha de ônibus carregando trouxas de roupas mais pesadas do que ela mesma. Fez essas viagens até quase o fim de sua vida e sempre falava que queria ir lá “só mais uma vezinha”. Infelizmente, não conseguiu devido à sua saúde fragilizada nos últimos meses.
Como se não bastasse, também distribuía doces e guloseimas para as crianças do seu bairro no Recife e do Cariri no dia de Cosme e Damião. Lembro-me do meu tempo de criança e da ansiedade que me dava na semana anterior ao dia dos dois santos, pois eu tinha que esperar até o sábado para pegar meu saquinho recheado de bombom, paçoca, pipoca e outras delícias... Havia um saquinho separado para cada neto.
Vovó fumou cachimbo por mais de 70 anos (chamava seu velho cachimbo de “meu marido”). Até que um dia, já com mais de 80 anos de idade, resolveu parar de fumar e nunca mais botou o cachimbo na boca, num exemplo de perseverança e força de vontade para qualquer pessoa que deseja parar de fumar. Costumávamos dizer que essa foi a sua segunda separação.
Tive o prazer de estar ao lado dela em sua primeira viagem de avião, de Recife para São Paulo, em 2007. Tudo era novidade, percebia-se o seu brilho nos olhos de alegria e satisfação pela experiência. Ela simplesmente adorou ao saber que estava a mais de 10 mil metros de altitude e 800 km/h. Ao retornar para Recife, disse que já estava pronta para a próxima viagem.
Eu sou ateu. Não acredito em nada que não possa ser explicado pelas leis da natureza, incluindo a existência de qualquer lugar para onde vão aqueles que nos deixam. Ao mesmo tempo sou uma pessoa de muita fé na vida e no melhor que ela nos dá. Posso garantir que Vovó vai viver pra sempre, pois ela jamais sairá do nosso coração e da nossa memória e isso é alcançar a imortalidade. Eu sinto muito não ter estado lá para me despedir dela.
Meus sábados à tarde jamais serão os mesmos...

Friday, April 15, 2011

365 dias

Data: 13 de abril de 2010
        Acordei e notei que estava completamente sem voz. A ansiedade e o estresse desse dia foram a causa da minha rouquidão temporária. De carona com minha Lu, fui ao aeroporto para pegar o vôo Delta DL 104 com destino à Atlanta, de onde pegaria outro vôo para o aeroporto de Raleigh, Carolina do Norte, no dia seguinte. Ainda me lembro de cada detalhe desse dia, quanta coisa me passou pela cabeça (dúvidas, em sua maioria). Chorei tanto no aeroporto que fiquei com os olhos inchados. Afastar-me do meu amor foi muito doloroso. Tudo por uma causa nobre: a ciência.
Data: 14 de abril de 2010
      O avião pousou logo cedo no aeroporto de Atlanta. Nenhum estresse na imigração. Minha cabeça continuava a mil. Vira e mexe, lágrimas ainda rolavam pelo meu rosto. “Agora não tem mais volta”, pensei. Eu sabia que o retorno para minha cidade natal teria que esperar um pouco mais. Também sabia que seria um período de muito trabalho e aprendizado. Do resto, nada mais era certeza. Ah! Cheguei bem em Chapel Hill e com a voz praticamente recuperada, só para constar.
Data: 14 de abril de 2011 (hoje)
       São quase 8 horas da noite e cá estou no meu lugar favorito, a biblioteca de Ciências da Saúde da UNC, tentando escrever sobre as consequências de duas datas que já foram devidamente incluídas na lista de “datas importantes da minha vida”. Caramba, já se foi um ano inteirinho... Olhei para o teto da biblioteca e me danei a pensar nesses últimos 365 dias...
        
        Acabei de reler a primeira crônica desse blog (http://chapeletando.blogspot.com/2010/04/la-e-de-volta-outra-vez.html) e confesso que um aperto surgiu no meu peito. Gostaria de repetir aqui um trecho daquele texto: ”...Será que estou fazendo a escolha certa? Até quando terei que me afastar das pessoas que eu amo para ficar correndo atrás dos meus sonhos profissionais? Quão justa é a vida de cientista? Será que dessa vez haverá um Smaug me aguardando?...” 

        Essas perguntas continuam a martelar minha cabeça e as respostas ou são incompletas ou ainda não existem. Apesar dessa ser a segunda vez que moro fora do país, sinto que essa experiência tem sido mais intensa e difícil do que a primeira. Acredito estar valendo muito a pena, o aprendizado profissional, pessoal e cívico tem sido enorme, porém o preço é alto e pago na moeda da saudade. Esta assumiu a forma do “Dragão Smaug” que, de fato, estava me aguardando e ainda voa ao redor da minha cabeça cuspindo fogo pra tudo que é lado. Não me resta dúvida de que estar tão longe da pessoa com quem eu tanto gostaria de estar compartilhando meu cotidiano e também da minha família está sendo a parte mais difícil dessa jornada.

        Posso dizer que quero continuar por esse caminho, sem largar os meus ideais (acredito muito neles) e sem perder o romantismo da vida desbravadora de cientista, mas espero que muito em breve o preço dessa escolha não precise mais ser pago com saudade.

Wednesday, March 30, 2011

Até quando?

    Abro o espaço para escrever sobre algo lamentável que está acontendo aí no Brasil. Segundo informações da minha amiga e colaboradora Vanessa Vendramini, os nossos colegas bolsistas de pós-doutorado Capes/Reuni estão com quase 3 meses de salário atrasado! Vanessa, que é cientista e bolsista do programa pela Unifesp, não recebe pagamento desde de 28 de dezembro. Como se não bastasse esse atraso inadmissível, a Capes não se pronuncia sobre o problema, deixando todos os bolsistas numa situação de desamparo e desespero. É importante lembrar que esses pós-doutorandos assinam um contrato de dedicação exclusiva, tendo a bolsa como única fonte de renda.
    Eu fui bolsista Capes no mestrado, doutorado e também no começo do meu pós-doutorado e sei muito bem que o sistema está longe da perfeição, mas confesso que não esperava mais receber esse tipo de notícia. Assim que cheguei aqui na UNC, pude perceber a enorme diferença com a qual os pós-doutorandos são tratados nos Estados Unidos em relação ao Brasil. Para se ter uma idéia, nossa categoria é reconhecida como parte do corpo técnico da universidade, com posição temporária. Recebemos salário e pagamos impostos como qualquer trabalhador. Temos seguro saúde garantido por lei e a universidade tem um escritório que trata exclusivamente de assuntos relacionados aos Pós-docs, inclusive dando apoio jurídico quando necessário. Uma pós-doutoranda que engravida tem direito à licensa maternidade remunerada. Sonhos ainda tão distantes em nossas universidades…
    O Brasil é o 13o maior produtor de ciência do mundo e nossa sociedade não pode mais permitir que seus cientistas, principalmente os recém-doutores por estarem na fase mais crítica de suas carreiras, passem por situações vexatórias como essa. Somos parte da mão-de-obra mais qualificada do país, poxa! Não é a toa que vários colegas com vocação e potencial para a ciência acabam abandonando a carreira e partem em busca de novos ares profissionais. Pelos mesmos motivos, a fuga de cérebros ainda é tão comum no Brasil.
    O silêncio da Capes em relação a esse assunto é gravíssimo. Nessas horas, uma declaração do presidente da instituição, esclarecendo o assunto e deixando claro que tudo está sendo feito para normalizar a situação seria no mínimo consolador. Poderia até ser uma carta publicada no site da Capes, qualquer coisa! Pelo menos teríamos a sensação de que a Capes está sensível ao caso. Mas me parece que sensibilidade e respeito aos que produzem conhecimento no nosso país ainda não fazem parte do dicionário daqueles que determinam os rumos da políticos do nosso país. Precisamos nos unir, arregaçar as mangas e lutar pela dignidade da nossa categoria. Suamos muito na bancada e merecemos tratamento justo.
    Gostaria de tornar pública minha solidariedade e apoio à Vanessa e aos demais pós-doutorandos Capes/Reuni. De longe, eu torço para que tudo se resolva o mais rápido possível.

Thursday, March 24, 2011

O tricolor da Carolina do Norte

      Aproveitei a folga para tirar as teias de aranha do blog. O cheiro de naftalina estava muito forte, mas eu abri as janelas e deixei o sol virtual entrar. Como é bom estar de volta! A primavera está chegando e o frio está indo embora.

      Na última terça-feira (22/03) tive a oportunidade de ir a uma partida de hóquei sobre o gelo (ice hockey, em inglês), Carolina Hurricanes (Furações da Carolina; carinhosamente chamado de Canes) contra Ottawa Senators (Senadores de Ottawa), um time do Canadá. Esse foi o segundo jogo que pude assistir in loco e aviso: é diversão garantida!!! A arena é belíssima, com suas diversas e organizadas entradas, várias lojas vendendo produtos do time e todas as poltronas numeradas. O torcedor (chamado de fan) é tratado com o respeito que merece. Detalhe: não há separação entre os fans dos Hurricanes e os do time visitante.
      Antes da partida começar, foi possível perceber como americano sabe transformar esporte em espetáculo. Uma combinação de luzes junto com o som de um furacão exatamente na hora em que o time da casa entrava no gelo, sensacional! Um momento emocionante foi quando eles cantaram os hinos nacionais. Como o time visitante era do Canadá, eles tocaram o hino Canadense seguido do Norte-Americano, exemplo ímpar de cordialidade e patriotismo.
      Eu ainda não entendo muito bem as regras do jogo. O contato físico entre os jogadores adversários é intenso, com direito a vários encontrões, tapas e os famosos empurrões contra a parede de acrílico (literalmente!). Nada disso é falta, do pescoço pra baixo é canela. Apenas em alguns momentos um dos 4 árbitros apita e o jogo para. Daí é bola ao chão e a correria recomeça. Na verdade, não é uma bola, mas um disco de borracha duríssima que eles chamam de puck. Na partida, tudo acontecia muito rápido, um piscar de olhos e eu perdia o puck de vista… É o tipo de esporte que me lembrou o futebol de salão, pelo seu dinamismo e velocidade. Além disso, puck na rede é gol!
      Eu criei uma identificação imediata com os Hurricanes. O time é encarnado, branco e preto! É Tricolor! É Coral! As semelhanças não param por aí… O time parece gostar de fazer a torcida sofrer um pouco. De cara, já deixou os Senadores abrirem 2 x 0. Silêncio na Arena? Que nada! Todo mundo apoiando e gritando “Let’s go Canes!”. Lembrei-me saudosamente do Arruda lotado. O resto do jogo? Viramos para 4 x 3 e aí eu cantei “Let’s go Canes, junta mais essa vitória…”.

Saturday, August 21, 2010

Agradecimentos


Julho e Agosto de 2010 ficarão marcados como meses muito especiais para mim. Foi em Julho que recebi a visita de Lu, minha namorada, meu amor e uma das idealizadoras desse blog. Vocês podem conferir as impressões dela sobre a viagem no texto anterior. Em Agosto, foi a vez de Painho e Mainha. Oh, momentos maravilhosos!
Foram viagens, passeios, caminhadas, caminhadas e mais caminhadas. Uau, como andamos! E o que falar das comidas? Hummmm, como comemos! Uns pratos deliciosos, outros, nem tanto. Afinal, tínhamos que equilibrar o gasto de energia provocado por tantas e longas caminhadas.
Confesso que não sou muito de viajar. Gosto mesmo é de aproveitar meu tempo livre pra ficar de bobeira em casa. Planejar viagens, então... dá uma preguiiiiiça! Sempre preciso de um estímulo para fazer uma tarefa tão hercúlea como essa. E o que é mais estimulante do que poder mostrar um pouco do lugar onde estou morando à minha família? Arregacei as mangas e pus as mãos na massa. Naveguei pela internet procurando lugares interessantes para visitar: museus, parques, cidades, etc. etc. Não posso deixar de falar que tive a ajuda de um amigo muito bom nesse tipo de planejamento. Foi quando eu me danei a pensar: “Meu Deus! Eu também não conheço quase nenhum lugar por aqui que não esteja dentro do meu circuito. Puxa vida, tudo o que eu faço aqui é o esquema laboratório, casa/ casa, laboratório.” Ufa! Ainda bem que de rotina o meu trabalho não tem nada, assim não fico maluco.
Eu e Lu conhecemos a cidade de Ashville, na Carolina do Norte, onde está localizada a “Biltmore House”, a maior mansão dos Estados Unidos (são 225 quartos e 45 banheiros!), construída no final do século XIX para “veraneio” de uma família americana multimilionária. Acompanhado de Painho e Mainha, fui à Washington, D.C., cidade linda, organizada e repleta de museus e monumentos em homenagem aos que construíram essa nação. Isso sem falar nos diversos restaurantes, parques e jardins botânicos que visitamos. Sem dúvida, coisas que ficarão para sempre na minha memória (e acho que na memória deles, também).
Enfim, a presença deles não só foi providencial para matar essa saudade que apertava o meu peito e me sufocava (e que agora já está ganhando força novamente), como também me gerou a oportunidade de conhecer um pouco mais dos Estados Unidos, de ver como o americano tem orgulho da sua Terra Natal e como ele preserva a história do seu povo de forma ímpar. Essa é uma das principais lições que eu quero levar para casa, assunto para outro texto que pretendo escrever no futuro e que só pude aprender por causa desses visitantes maravilhosos. Por tudo isso, eu gostaria de agradecer publicamente todo o esforço que os três fizeram para me visitar. Sei que viagens como essas são cheia de obstáculos e exigem muito da pessoa. Tem passaporte, visto, passagem, barreira da língua, distância, etc. e ainda assim eles encararam tudo isso para me ver.
Lu, Painho e Mainha, muito obrigado! Amo muito vocês!!!!!

p.s.: Daidinha, agora falta você, hein! :)